A obra e a vida de um artista tem conex?es profundas.

Instituto Paulo Moura
 
 
A obra e a vida de um artista tem conex?es profundas. N?o ? que uma explique a outra. Mas, tanto a vida como a obra s?o autorais. Construidas a partir do que burburinha recalcado no vazio da exist?ncia.
Ter nascido negro e pobre e dentro de uma fam?lia exemplar, talvez tenha destacado a nobreza da raiz africana nas m?sicas de Paulo Moura, compostas ou arranjadas por ele. Uma raiz que queria dialogar com o solo para onde foi transplantada e colonizada, brutalmente na maioria das vezes. O som dos negros n?o poderia ser apenas entendido como um baticum obediente que diverte ou alegra a melancolia da elite branca. O som africano deveria ter voz pr?pria, conduzindo o tema, fazendo melodia. ? isto que voc?s escutam nesta troca de timbres e ideias entre uma clarineta translucida empunhada por um musico negro,
com o desenhio ritmico de um pandeiro na m?o de um m?sico branco.

Paulo Moura e Marcos Susano em Doralice, um dos marcos da bossa nova, reverberam as gingas do maracatu, frevo e samba que ela guarda como tesouro profundo. Paulo Moura apregoava ao mundos como mestre dos ventos que o choro e a bossa nova podem ser negras.
Doralice, grava??o do disco "Paulo Moura e Ociladoc? - o som de Dorival Caymmi". Ou?a aqui.

Comparem a m?sica, de autoria de Antono Almeida na voz de Jo?o Gilberto com a vers?o desta faixa no Cd Os sons de Caymmi de Paulo Moura com o grupo Ociladoc?, selo Biscoito Fino.

Doralice, na voz de Jo?o Gilberto